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Celeridade



Sempre esperamos mais presteza de tudo e de todos. O mundo está cada vez mais dinâmico e neurótico com a questão da pressa. Esperamos que a mocinha case com o galã no principio da novela. Aguardamos maturidade e atitudes coerentes de nossos filhos ao raiar da puberdade, queremos a pílula mágica pra emagrecer, o messias, o politico redentor.
Com a informática não é diferente, queremos o maior disco rígido, o processador mais veloz, a memoria mais eficiente. Mas estamos realmente preparados pra utilizar toda essa tecnologia, a pergunta mais pertinente e com certeza, a mais lógica, nos precisamos mesmo de tudo isso?
Mesmo que não precisemos, e não saibamos usar, a obsolescência de tecnologias está tão impregnada de consumismo que os equipamentos e programas se atualizam e se desusam numa velocidade superior ao que estamos suportando. Quando nos acostumamos e estamos utilizando em média metade dos recursos de um produto, ele sai de linha, se torna desatual e deixa de servir ou funcionar. Tudo isso em nome de uma sociedade de consumo que canibaliza suas criações. Numa metáfora comparativa a excelente fábula cinematográfica de Steven Spielberg (A.I) Inteligência Artificial, vemos androides cibernéticos se tornarem malditos a um grupo de intolerantes religiosos apenas por serem semelhantes aos humanos, não importando para eles, e servindo de novos mártires nos seus sinistros coliseus de desmanche e vilipendiação de suas carcaças afrontosas.
Questiono-me muito nossa relação com os utensílios e ferramentas. Estamos transportando o uso para as relações interpessoais, e o contrario também é verdadeiro? Essa nem é a pauta prioritária de nosso artigo, mas fica aqui um ponto pra reflexão. Na sociedade de Baudrillard (1) onde o ter e o ser confundem-se na tabela de valores, estamos sem um parâmetro, de valores, ou mesmo reavaliando e transcendendo esse parâmetro.
Nossos desktops estão com processadores mais nuclearizados, nossas memorias com cada vez mais Gigabytes, os Hd´s Terabitizados “Ad Infinito” começamos a ter um olhar de desprezo para os nossos antes cobiçados notebooks, e ficamos fascinados como mariposas pelos tablets. Estes dispositivos touch screen também estão no caminho da extinção diante a evolução digital. Rumamos aos implantes biônicos que nos transformarão de fato fisicamente naquilo que já desejamos. Ciberhumanos, com vários pentaflops de informação e recursos, porém com um dispositivo de bombeamento de fluidos (Antigamente conhecido como coração) saturado de emotions bugs.


Isto tem prazer em lhes escrever.

Por:
Manoel Pacífico

(1) Jean Baudrillard (Reims, 27 de julho de 1929 — Paris, 06 de março de 2007) foi um sociólogo e filósofo francês. Autor da obra “Simulação e simulacro”

Agradecimentos especiais a Maria Helena Costa (Mah Gregório) Aluna da graduação de Serviço Social UFF 2011

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